Nota enviada desde Curitiba.
El Estado neoliberal, para regular los intereses de la clase dominante (burguesía) y de sus clases auxiliares (burocracia estatal, partidaria, sindical, etc.), tiene que promover necesariamente una mayor explotación del trabajo (salarios más bajos, mayores dificultades de supervivencia), más desempleo, así como una mayor apropiación de la renta estatal. Como consecuencia de esta regularización neoliberal, diversas clases desfavorecidas (obreros, sirvientes, marginados, etc.) tienen que sobrevivir en condiciones de extrema pobreza, es decir, trabajos precarios, viviendas precarias, subempleo, alcoholismo, drogas, narcotráfico, delincuencia, violencia social, intensa represión estatal (policial), etc.
En Curitiba (Brasil) no es diferente. La regularización neoliberal en la ciudad, como en Chicago (EE.UU.) o en Buenos Aires (ARG), ha estado luchando contra los pobres, y no contra la pobreza. Aquí, la represión estatal (policial) ha ido en aumento, ya sea en su modalidad contrainsurgente (selectiva), como la aplicada contra maestros, padres de familia, estudiantes y otros manifestantes en la Masacre del Centro Cívico (29/04/2015), o en su modalidad preventiva, aplicada diariamente en los barrios pobres de la ciudad y su región metropolitana.
Para tener una idea de tal expansión, de 2010 a 2020, el número de asesinatos por represión estatal letal (gatillo fácil) en el país saltó de 2.434 a 6.416. Un corte estatal para Paraná muestra que en 2010 había 119 casos, para llegar a 373 en 2020. Si sumamos los casos del mismo período, sólo para el estado de Paraná, tenemos una suma de poco menos de 2,6 mil casos. En 2020, esta cifra representó alrededor del 12% de las aproximadamente 50.000 muertes violentas que se produjeron en todo el país, debido a los delitos de homicidio doloso, robo y lesiones corporales seguidas de muerte. En el municipio de Curitiba, donde hubo 265 homicidios en 2020, en ese mismo año la policía mató a 101 personas, siendo responsable de gran parte de los asesinatos. Son números realmente asombrosos que refuerzan el argumento anterior y sitúan el gravísimo panorama de la represión estatal letal brasileña. Ayer, una vez más, los habitantes de Villa Torres, la primera favela de la ciudad y, por lo tanto, zona favorita para la represión estatal preventiva, fueron víctimas de la política de gatillo fácil (ejecución policial sumaria).
Durante un acercamiento policial a última hora de la tarde, un joven de 25 años fue ejecutado por la policía militar estatal (PM). Y no hay nada nuevo en la forma en que se produce la represión preventiva, así como en el discurso del Estado (policía militar – PM) y del capital comunicacional (los diarios, TV, etc.) para justificar la ejecución policial: actitud sospechosa, enfrentamiento, legítima defensa policial, bla, bla, bla. Es así en casi todos los casos de gatillo fácil, ya que la propia indagación policial (fase de investigación) nace para legitimar la ejecución y archivar los casos con el apoyo de toda la institución estatal (policía y poder judicial).
Y porque sabemos que la represión estatal preventiva letal es una política de estado (política neoliberal) y no una actitud aislada de un policía (loquito suelto), el Colectivo Anti Represión Estatal (COARE), con la fuerte influencia de los compañeros de CORREPI, nació en la ciudad de Curitiba con el propósito de denunciar y organizar la lucha antirrepresiva que, para nosotros, sólo tiene sentido si es una lucha verdaderamente anticapitalista y antiestatal.
“No es um policía, pero toda la institución […] Basta de capitalismo, basta de gatillo fácil”
COLETIVO ANTIRREPRESSÃO ESTATAL – COARE, Curitiba, Brasil.
O gatilho fácil como política de estado. Villa Torres, Curitiba, Paraná, Brasil
07/03/2022
O estado neoliberal, para tornar regular os interesses da classe dominante (burguesia) e de suas classes auxiliares (burocracia estatal, partidária, sindical etc.), deve necessariamente promover uma maior exploração do trabalho (menos salários, maiores dificuldades de sobrevivência), mais desemprego, bem como uma maior apropriação da renda estatal. Como consequência dessa regularização neoliberal, diversas classes desprivilegiadas (operários, serviçais, marginalizados etc.) precisam sobreviver em condições de extrema pobreza, quer dizer, trabalhos precários, moradias precárias, subemprego, alcoolismo, drogas, tráfico de drogas, delitos, violência social, repressão estatal (policial) intensa etc.
Em Curitiba (Brasil) não é diferente. A regularização neoliberal na cidade, assim como em Chicago (EEUU) ou em Buenos Aires (ARG), vem combatendo os pobres, e não a pobreza. Aqui a repressão estatal (policial) vem se ampliando, seja em sua modalidade contrainsurgente (seletiva), como aquela aplicada contra professores, pais, alunos/as e outros manifestantes no Massacre do Centro Cívico (29/04/2015), seja em sua modalidade preventiva, aplicada cotidianamente nos bairros pobres da cidade e sua região metropolitana.
Para se ter uma ideia de tamanha ampliação, de 2010 para 2020, o número de assassinatos em razão da repressão estatal letal (gatillo fácil),no país, saltou de 2.434 para 6.416. Se somados os anos desde 2010 até 2020, temos um total de quase 44 mil casos de gatilho fácil para o país. Um recorte estadual para o Paraná demonstra que em 2010 foram 119 casos, para em 2020 chegar-se ao número de 373. Se somados os casos do mesmo período, somente para o estado paranaense temos a soma de pouco menos de 2,6 mil casos. Em 2020, esse número representava cerca de 12% das cerca de 50 mil mortes violentas que ocorreram em todo o país, por crimes que envolvem homicídios dolosos, latrocínios e lesões corporais seguidas de morte. No município de Curitiba, onde se viu a existência de 265 homicídios no ano de 2020, neste mesmo ano a polícia matou 101 pessoas, sendo responsável por grande parcela dos assassinatos. São números realmente espantosos que reforçam a argumentação acima e situam o gravíssimo quadro de repressão estatal letal brasileiro. Ontem, mais uma vez, os moradores da Villa Torres, primeira favela da cidade e, por conseguinte, região predileta da repressão estatal preventiva, foram vítimas da política do gatillo fácil (execução policial sumária).
Durante uma abordagem policial no final da tarde, um jovem de 25 anos foi executado pela polícia militar estadual/PM. E não há nada de novo na forma como a repressão preventiva ocorre, bem como no discurso estatal (polícia militar – PM) e do capital comunicacional para justificar a execução policial: atitude suspeita, enfrentamento, legítima defesa policial, blá blá blá. É assim em quase todos os casos de gatilho fácil, pois o próprio inquérito policial (fase investigativa) já nasce para legitimar a execução e arquivar os casos com respaldo de toda instituição estatal (polícia e judiciário).
E por saber que a repressão estatal preventiva letal é uma política de estado (política neoliberal) e não uma atitude isolada de um policial (loquito suelto) é que o Coletivo Anti Repressão Estatal (COARE), com forte influência dos companheiros de la CORREPI, nasceu na cidade de Curitiba com o propósito de denunciar e organizar a luta antirrepressiva que, para nós, só faz sentido se for uma luta verdadeiramente anticapitalista e antiestatal.
“Não se trata de um policial, mas sim de toda a instituição [..] Basta de capitalismo, basta de gatilho fácil”
COLETIVO ANTIRREPRESÃO ESTATAL/ COARE – Curitiba, Brasil